Monday, August 21, 2006

deixa que tudo te aconteça: a beleza e o assombro *

* rainer maria rilke, in Livro das Horas
fotografia do jp, skogafuss, perto de vik, islândia

3 comments:

Anonymous said...

DAS COISAS QUE DIZES

A serenidade do teu ser
Sabe ao sal que o mar conserva
E desperta os sentidos;
Soa a solidão solene,
A beleza, a assombro,
Tudo salteado com laivos
De uma inocente racionalidade.

Sem saber
Pacifica o meu sangue tempestuoso.




Continua a ser e a estar
Todos nós te agradecemos.

Dinis Lapa said...

isso é porque ele viveu no Castelo de Duíno!

Mário Lisboa Duarte said...

Quem, se eu gritasse, me ouviria de entre as ordens
dos anjos? E mesmo que um me apertasse
de repende contra o coração: eu morreria da sua
existência mais forte. Pois o belo não é senão
o começo do terrível, que nós mal podemos ainda suportar,
e admiramo-lo tanto porque, impassível, desdenha destruir-nos.
(...)

R. M. Rilke (As Elegias de Duíno | Primeiros versos da primeira elegia)