Wednesday, December 13, 2006

O meu poema teve um esgotamento nervoso.
Já não suporta mais as palavras.
Diz às palavras: palavras
ide embora,
ide procurar outro poema
onde habitar.

O meu poema tem destas coisas
de vez em quando.
Posso vê-lo: ali distendido
em cama de linho muito branco
sem perspectivas ou desejo

quedando-se num silêncio
pálido
como um poema clorótico.

Pergunto-lhe: posso fazer alguma coisa por ti?
mas apenas me fixa o olhar;
fica ali a fitar-me de olhos vazios
e boca seca.

in os fantasmas inquilinos, daniel jonas, livros cotovia, 2005

4 comments:

Dinis Lapa said...

Isto
é
um
poema

Villalobos said...

[












]

Mário Lisboa Duarte said...

Viagem

tzztzztzztzztzztz
rrrrrt rrrrrrrt rrrrrrrt
crrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
ffffff fffffff ffffffff
tchk tchk tchk
zzzzzzzzzzzzzzzzzzz
z z z rrr z z z
tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt tt
Pum.

Advertência ao leitor: qualquer alteração na ordem dos versos que acima figuram será sempre um profundo processo de criação...

O Micróbio II said...

UM SANTO NATAL E QUE 2007 SEJA DE FACTO UM "ANO ÍMPAR"... :-)