kamari beach, agosto 2006, fotografia do jp
«(...) poucas coisas se parecem tanto com a morte como o amor realizado. Cada chegada de um dos dois é sempre única, mas também definitiva: não suporta a repetição, não permite recurso nem promete prorrogação. Deve sustentar-se "por si mesmo" — e consegue. Cada um deles nasce, ou renasce, no próprio momento em que surge, sempre a partir do nada, da escuridão do não-ser sem passado nem futuro; começa sempre do princípio, desnudando o carácter supérfluo das tramas passadas e a futilidade dos enredos futuros.
Só se pode entrar no amor e na morte uma vez — menos ainda do que no rio de Heraclito. Eles são, na verdade, os seus próprios cabos e os seus próprios rabos, dispensando e descartando todos os outros.»
in Amor Líquido, Zygmunt Bauman, Relógio D'Água, Setembro 2006
2 comments:
se alguém já O viveu, viverá então morto para sempre.
Este livro já está na minha lista de compras :)
Post a Comment