Tuesday, May 02, 2006

les criminaux


os crimes dele nas costas dela. os crimes dele no peito dela. os crimes dela - sirenes, são sirenes. os crimes dos outros conversam-se à mesa. os deles ficam escritos no papel. numa hora a borracha, a fúria e a ferida. na outra a tinta, o vinco, o para-sempre. num minuto os crimes dele e os crimes dela se absolvem baixinho, sem sussurros. mais. são minutos repetidos que não se contam pelos dedos. confessam-se ali. depois, o barco. de olhos fechados nos ombros (sempre os ombros), os mergulhos turvos que não lavam crimes de ninguém. os crimes dele no peito dela. os crimes dela no peito dela. o peito dela. o coração dela. o coração. ele no peito dela. ele, sem crimes, nos olhos dela. os olhos dela fechados nos ombros dele.

5 comments:

mfc said...

«os crimes dele nas costas dela.»
"The ghosts you draw on my back" - Múm

Nastenka said...

Quantos crimes desenhamos nos corpos de quem amamos?
Gostei muito, Joana, parabéns!

Um abraço

Miss Japa said...

um dia agarramos em nós e regressamos ao início de tudo.

E se fosse uma editora dizia-te: um dia agarramos em ti e pomos-te em livro. Porque já se antecipa nos dedos o sabor do folhear. Falta apenas poder tocar a existência dessas folhas.

Villalobos said...

afinal são teus estes poemas. O zé mandou tudo sem identificar quem escreveu o quê. Dizer o quê? Não sou crítico... apenas posso dizer: muito bom e inspirador. keep it up

Anonymous said...

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