Sente, diz que o seu quarto é mais pequeno quando está sozinho, mais que a raiva contra as paredes ou que os gritos que apagou com as mãos e os dentes. Mas eu estava lá. A autoridade branca do papel, da luz, da pele tanta, da parede que apertava devagarinho como o sopro pequeno, pequeno. Foi pequeno o alimento, a vitamina. tic, tic, tic, tic. Sem mais, sim. Sem-mais-não. Sem parar porque não pode parar mas que queria. Correr. Em câmara lenta as lágrimas da chuva minha a evaporar o seu medo de mostrar a pele. Em câmara lenta o que disseste e o que eu ouvi. Em câmara lenta o que não disseste e o que eu já sabia. Tocam-nos de todos os lados as chamadas à cena: 'ao palco, por favor'. Sobe a cortina e está nua num vestido bonito, mas lá dentro, às voltas, as coisas são despidas, porque o quarto será sempre mais pequeno.
Sinto, digo.
4 comments:
gostei de muitas coisas por aqui!Rui Costa
...(http://www.antologiadoesquecimento.blogspot.com/)
...e apagas posts.
Muito bonito. ;)
(já leio o blog há umas semanas, mas só depois de ler este post percebi porquê).
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