- de quem gostas mais, diz lá, homem enigmático? de teu pai, de tua mãe, ou de teu irmão?
- não tenho pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão.
- dos teus amigos?
- eis uma expressão cujo sentido até hoje ignorei.
- da tua pátria?
- não sei a latitude a que está situada.
- da beleza?
- amá-la-ia de boa vontade, divina e imortal.
- do oiro?
- odeio-o tanto como vós a deus.
- então que amas tu, singular estrangeiro?
- amo as nuvens... as nuvens que passam lá longe... as maravilhosas nuvens!
charles baudelaire, in o spleen de paris
Thursday, December 01, 2005
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6 comments:
muito bem.
ahh...a pobre ceifeira :)
.
isso é quase como amar o amor, não é?
.
é quase, quase. as nuvens e o amor por vezes fundem-se.
Sugiro umas gravuras de
Charles Méryon que influenciaram Baudelaire nesses pequenos poemas em prosa, nesse fascínio por Paris.
Lovely blog yyou have
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